As coisas estavam mudando. O clima estava relativamente
pesado e não havia mais como adiar as decisões. O tempo se esgotara.
Então ela
disse não. Ele se conteve e continuou seu caminho.
‘’Que tipo de pessoa desiste tão fácil assim?’’ pensou, zombando
sua falta de atitude. Deu-lhe as costas e retirou-se também.
Separaram-se na esperança de que pudessem lidar com isso
sem ter de chorar todas as noites. Ambos pensavam naquele velho ditado que diz
que ‘’tudo tem fim’’ baseando assim seu orgulho. Ninguém quer dar o braço a
torcer. Era o fim e ponto. Sem volta. Sem recomeço.
Só que, de vez
em quando, a vida gosta de jogar conosco. Gosta de montar esquemas infalíveis
que nos fazem relembrar, repensar e, principalmente, sorrir. Sorrir até... Cair
no choro ao viajar pelos bons momentos. Quando isso acontece, o orgulho se
perde em algum lugar em nós, dando lugar à vontade incessante de ser feliz.
E adivinhe com quem o destino foi brincar?
Ele voltou.
Com a ideia de que seria fácil encontrá-la. E de fato foi. Ela estava lá, no
local da despedida, pensando em qualquer detalhe que talvez pudesse ter mudado
o rumo daquele fim e ter lhe dado um final feliz.
Na verdade, o detalhe estava ali, diante deles: amor.
Isso sim era maior do que qualquer outra diferença.
Perdoaram-se, beijaram-se e foram
tomar um café.