quinta-feira, 16 de maio de 2013

Ela disse não


As coisas estavam mudando. O clima estava relativamente pesado e não havia mais como adiar as decisões. O tempo se esgotara.
     Então ela disse não. Ele se conteve e continuou seu caminho.
‘’Que tipo de pessoa desiste tão fácil assim?’’ pensou, zombando sua falta de atitude. Deu-lhe as costas e retirou-se também.
Separaram-se na esperança de que pudessem lidar com isso sem ter de chorar todas as noites. Ambos pensavam naquele velho ditado que diz que ‘’tudo tem fim’’ baseando assim seu orgulho. Ninguém quer dar o braço a torcer. Era o fim e ponto. Sem volta. Sem recomeço.
     Só que, de vez em quando, a vida gosta de jogar conosco. Gosta de montar esquemas infalíveis que nos fazem relembrar, repensar e, principalmente, sorrir. Sorrir até... Cair no choro ao viajar pelos bons momentos. Quando isso acontece, o orgulho se perde em algum lugar em nós, dando lugar à vontade incessante de ser feliz.
E adivinhe com quem o destino foi brincar?
     Ele voltou. Com a ideia de que seria fácil encontrá-la. E de fato foi. Ela estava lá, no local da despedida, pensando em qualquer detalhe que talvez pudesse ter mudado o rumo daquele fim e ter lhe dado um final feliz.
Na verdade, o detalhe estava ali, diante deles: amor.
Isso sim era maior do que qualquer outra diferença.
         Perdoaram-se, beijaram-se e foram tomar um café.

sábado, 25 de agosto de 2012

Passado


Saudade: uma palavra que só existe na nossa língua.
Creio que não seja o único diferencial dessa palavra doce (e devastadora). Acredito que a saudade tenha um próprio vocabulário. Com suas variações linguísticas, seus verbos, advérbios, adjuntos, argumentos.
Saudade é confuso porque nunca dá pra saber quando é bom ou ruim. Talvez seja uma janela no passado que nos faça voltar e relembrar os bons momentos, ou só uma desculpa pra não prestar atenção no que os outros dizem e viajar de olhos abertos.
Relembrar... Relembrar é bom, mas é triste acordar, despertada pela euforia do presente, e notar que o futuro nunca foi como planejamos, e que, pelo jeito, não fluirá calmamente.
Pensar em como as coisas já foram incríveis e de repente sentir tudo isso dar espaço à angústia, e principalmente, à vontade de voltar atrás. Lembrar-se dos beijos que já foram mais quentes, dos abraços que já foram mais apertados, da música tola que fazia mais sentido...
O amor é um prato de sopa. Começa frio, quando você ainda está preparando os ingredientes. De repente você a coloca no fogo e quando vê ela está fervendo! Agora ela esta quente, e é uma delícia. Mas, se por um descuido, você a esquece em cima da mesa, à temperatura ambiente e ela esfria... Você perde o apetite. E é aí que você precisa decidir: esquentar no microondas ou jogá-la no lixo. Cada um faz o que quer com a sua sopa.
Quiçá você jogue tudo fora e quando a fome bater, perceba que a solução estava gritante na sua cara, mas você não a viu.
Sinto falta da vontade que sentíamos um para com o outro. Das noites que viramos conversando sobre besteiras. Falta do ‘’pensei em você o dia todo’’ e ‘’por favor, preciso te ver agora!’’
É... eu sinto mesmo é saudade da saudade.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Uma dose de whiskey

Bonita, jovem e livre. Caminhava pelas ruas de Nova Iorque como uma estrela em ascensão numa carreira solo. Salto alto, cinto de tachas e batom vermelho, escondida atrás de grandes óculos escuros. Todos a olhavam. Era impossível não notar sua ilustre presença. 
Todos sabiam que ela era só. E que não queria mudar isso. Agredia verbalmente todo e qualquer suposto pretendente que tentasse se aproximar. Já deixara claro muitas vezes de que não desejava ninguém em sua vida, a não ser seu pequeno gato siamês, de natureza hostil. Assim como ela, na verdade. 
Por mais que ela deixasse sua solidão opcional muito clara, as más línguas, frequentadoras dos mesmos bares que ela, diziam que se tratava de uma amante. Amante profissional, no estilo prostituta de luxo. E se quer saber, ela nem se preocupava em desmentir essas histórias. Só dizia que isso era fruto de mentes pequenas. E estava certa.
Sabiam muito dela. Ou pensavam saber. O que ninguém sabia era o que, na realidade, se escondia dentre aquele sorriso fechado e aquela armadura de rancor. Sempre deixou oculto o motivo de tanta frieza. E preferiu deixar assim pra sempre. Ou pelo menos, enquanto vivesse.
"Enquanto eu viver... Enquanto eu viver..." Repetia com cada vez mais frequência, transformando assim, essa simples frase em um convite tentador ao suicídio. Porém, já sabia que de nada adiantaria fugir de seus problemas. Sabia que eles o acompanhariam aonde quer que fosse. E, na verdade, sempre sonhou em deixar um legado a ser descoberto após a sua morte.
O fato é que, por trás daquela imponência exterior , havia uma boêmia apaixonada, que colecionava canecas e cinzeiros. Escrevia poesias e compunha músicas. Sempre tocava seu velho violão pela madrugada, fria e silenciosa, depois que todos tivessem-se posto a dormir. Gostava de olhar estrelas e imaginar-se em viagens intergaláticas. E principalmente, pensar em quando encontraria o amor. Um alguém para compartilhar alegrias e a conta do condomínio.
Já encontrara o amor uma vez, e foi decepcionante. Ele se foi junto com o seu futuro e suas perspectivas. E provavelmente isso tenha sido o motivo de sua petrificação. 
"Será que eu devo dar uma nova chance ao sentimento?" Pensou. E essa questão ecoou em sua mente, madrugada adentro. 
Apanhou seu gato e foi para a mesa da sacada. Acendeu um cigarro e começou a transcrever seus melhores poemas e músicas. Terminado o trabalho, anexou tudo à um álbum de fotos antigas, antes trancado à sete chaves. 
Deixou seu gato ali mesmo, e partiu para a rua. Sequer deu-se ao trabalho de trancar a porta. Parecia realizada. E estava. AQUELE era o seu legado.
Chegou à um bar. Particularmente, seu preferido. E pediu uma dose de whiskey. Tirou de sua bolsa um frasco suspeito e o misturou ao líquido do copo. O barman, velho conhecido, que porém jamais havia trocado uma só palavra com a garota, mostrou-se preocupado e resolveu perguntar:
- Ei, o que você misturou ai? Parece perigoso.
Ela respondeu em tom alegre, e com um grande sorriso sarcástico estampado em seu rosto:
- É um remédio. Para dor de cabeça. Ela nunca mais tornará a incomodar. NUNCA MAIS. 
As palavras soaram sombrias, mas o homem nem teve tempo de tomar alguma atitude sobre isso. A garota virou a dose de uma só vez, sem ao menos respirar.
O veneno era de efeito rápido, o que deu-a apenas alguns segundos para dizer o que almejava. Enquanto isso, ele a observava sem ação. 
Ela foi entregando-lhe lentamente seu álbum velho de lembranças, dizendo:
- Você é responsável pela minha memória. Não me decepcione.
Logo após o ponto final de sua última fala, literalmente, debruçou-se no balcão, fechando seus olhos. 
Era o fim. E também, um novo começo.

terça-feira, 20 de março de 2012

She Talks to Rainbows


O Calendário de 13 Luas


O calendário de 13 Luas e 28 dias é um novo padrão do tempo para todas as pessoas em qualquer lugar que desejam genuinamente um novo mundo. Se o calendário e o tempo que nós seguimos é irregular, artificial e mecanizado, assim se tornará a nossa mente. Como é a nossa mente, nosso mundo se torna, assim como o mundo é hoje: Irregular, artificial e macanizado. Mas se o calendário que seguimos estiver harmonico e sintonizado com os ciclos naturais, então também nossa mente virá a ser, e então deveremos retornar ao caminho da vida mais espiritual em harmonia com a natureza.
O calendário de 13 Luas sincroniza os ciclos solar e galáctico no dia 26 de Julho correlacionando-se com a estrela Sirius. Cada uma das 13 Luas tem um opder, ação e qualidade o qual definem um programa anual para sincronizar nossa consciência com os ciclos galácticos.
Como uma medida perfeita do tempo cósmico, este calendário é realmente um Sincronário, um instrumento para medir a sincronicidade. Seguido diariamente, ele nos dá uma nova lente para se perceber os eventos. No Novo Tempo, a sincronicidade é a norma.
O Sincronário de 13 Luas e 28 dias é uma matrix de tempo-espaço harmônica. Uma Lua leva 28 dias para órbitar a Terra, faz sua órbita 13 vezes a cada ano. O padrão de medida é o ciclo de 28 dias, chamado de lua, porque é a média entre o ciclo sinódico de 29,5 dias da lua (lua nova até a lua nova) e o ciclo sideral de 27,1 dias da lua. Por isso, é uma medida da órbita solar da Terra usando 28 dias como padrão lunar. Isso cria uma medida perfeita orbital de 13 luas de 28 dias, totalizando 364 dias, ou 52 semanas perfeitas de 7 dias cada. Porque o 365º dia, não é um dia da lua ou da semana, entretanto ele é conhecido como o "dia fora do tempo" - um dia para celebrar a paz através da cultura e tempo é arte!
"O calendário de Treze Luas é uma ferramenta evolucionária para ajudar a humanidade no ato sem precedentes de unir-se em uma questão central para o seu completo bem-estar: O tempo. A convergência harmônica da humanidade em questão, combinado com o fim inevitável, perfeição e simplicidade de seguir o calendário de 13 Luas vai levantar a espécie como um todo simultâneo para a frequência de sincronização galáctica de 13:20."
[José Argüelles/Valum Votan, The Call of Pacal Votan]

Boas vindas.

Olá terráqueo! Seja bem vindo ao meu novo blog, Café com Sarcasmo.
Quem não gosta de aleatoriedade?